Trapiche Ribeirinho conecta Amazônia, ciência e diversidade de saberes
A inauguração do Trapiche Ribeirinho, na orla do campus Guamá da UFPA, marcou mais do que a entrega de um novo espaço de convivência. O local nasce como símbolo de encontro entre vozes diversas que formam a Amazônia: ribeirinhos, indígenas, estudantes, cientistas, coletivos sociais e organizações que defendem o futuro climático do planeta.
Neste cenário, a chegada do navio Rainbow Warrior, do Greenpeace transformou o trapiche em arena viva de diálogo entre saberes e práticas de cuidado com o território. O novo espaço fortalece o compromisso da universidade com a sustentabilidade e com a urgência climática, mas também com a pluralidade de conhecimentos que sustentam a floresta e os rios.
A iniciativa, feita em parceria com a Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP) e o Greenpeace, reforça que ciência, quando se volta ao ambiente que a cerca, precisa reconhecer quem o conhece de dentro: as populações que historicamente protegem os biomas.
Na chegada do navio à Belém, foi realizada entrevista coletiva com presença de Dinamam Tuxá, coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Cacique Megaron Txucarramãe, liderança do povo Kayapó, Angela Kaxuyana, representante da Coordenação dos Povos Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), e diretora executiva do Greenpeace Brasil, Carolina Pasquali.
Dinamam Tuxá também reafirmou que o enfrentamento à crise climática não é responsabilidade exclusiva dos povos indígenas, embora sejam eles os que mais arriscam suas vidas para proteger os biomas. “Nós temos conhecimento sim, não precisamos ter esse conhecimento validado com os cientistas, infelizmente é o que acontece, mas isso não é um motivo para a gente se desanimar. Nós vamos continuar fazendo esse enfrentamento e contamos com o apoio de todos vocês, da imprensa, dos políticos, dos ativistas e todos que queiram colaborar por um mundo melhor”, finalizou.
Redes Sociais