DIVERSE promove formação sobre acolhimento no Restaurante Universitário

No dia 4 de novembro, a equipe do Restaurante Universitário (RU) do campus Belém da Universidade Federal do Pará (UFPA) participou de uma formação sobre racismo e acolhimento. O evento fez parte das ações de preparação para os dias intensos de circulação de estudantes, jovens delegações internacionais e povos tradicionais durante a Cúpula dos Povos, a COY 20 (Conference of Youth) e outras atividades paralelas à COP 30. A atividade foi conduzida pela estudante de Psicologia Auriene Arapium, convidada pela Superintendência de Políticas Afirmativas e Diversidade (DIVERSE).

Auriene, que ingressou na universidade pelo processo seletivo destinado a indígenas e quilombolas, abriu a conversa destacando o papel essencial dos trabalhadores do RU no cotidiano dos estudantes - especialmente daqueles que dependem da alimentação oferecida pela universidade para permanecer nos estudos. Entre relatos pessoais, ela trouxe dados recentes divulgados pelo IBGE para lembrar que o Brasil abriga 391 povos indígenas e que 87% dos municípios têm presença indígena. Na UFPA, mais de 50 etnias estão representadas entre os estudantes.

Em sua fala, ela reforçou que não existe um “modelo único” de pessoa indígena. A estudante abordou estereótipos que afetam negativamente o atendimento e a convivência no cotidiano universitário, citando que os povos indígenas têm línguas, aparências físicas, culturas e expressões diversas: “Não dá para colocar dentro de uma caixinha”, afirmou. Ela também destacou que o acolhimento não depende apenas de palavras, mas de gestos, respeito, escuta e sensibilidade às diferenças culturais e linguísticas.

Além de informar, Auriene destacou o compromisso institucional no combate ao racismo e na permanência qualificada de estudantes indígenas, apontando que a atitude de respeito no atendimento também é responsabilidade de cada servidor: “Quando a universidade assume esse momento, nós precisamos corresponder à altura”, disse.

BOAS PRÁTICAS

Durante o encontro, a diretora do RU, Xaene Mendonça, ressaltou que o RU possui manual de boas práticas exigido pelos órgãos de controle sanitário, mas que o acolhimento exige outro tipo de preparo: “O cliente precisa perceber nossas atitudes”, disse a nutricionista.

Ela reforçou ainda que o restaurante será ponto estratégico durante eventos que receberão crianças, jovens e delegações de mais de cem países, alguns sem domínio da língua portuguesa. Ao final, a direção agradeceu o trabalho da DIVERSE e anunciou que novas capacitações serão organizadas para aprofundar temas relacionados à diversidade.