Professora Zélia Amador é homenageada em mural na UFPA
Foto: Assessoria DIVERSE
Foi inaugurado nesta sexta-feira (23), no portão principal da Universidade Federal do Pará (UFPA), o mural “A solução somos nós”, obra coletiva que une arte urbana e ativismo para denunciar a crise climática e valorizar lideranças indígenas, quilombolas e negras da Amazônia. A intervenção artística é assinada por artistas do movimento nacional Megafone Artivismo e do Coletivo Mairi, formado por artistas indígenas atuantes em contextos urbanos amazônicos. A iniciativa tem apoio do Movimento Ciência e Vozes da Amazônia/UFPA.
A pintura presta homenagem a figuras emblemáticas como Auricélia Arapiun, Júlia Anambé e o mestre Jorge, quilombola já falecido. Uma das homenageadas, a professora Zélia Amador de Deus, titular da Superintendência de Políticas Afirmativas e Diversidade (Diverse/UFPA), esteve presente na cerimônia de inauguração e chegou a dar algumas pinceladas em uma das figuras do mural.
“É um prazer para a universidade louvar a nossa ancestralidade, povos indígenas, quilombolas e população negra. Nós, a duras penas conseguimos chegar na universidade e temos a obrigação de transformar essa universidade trazendo para dentro dela novos saberes, novas epistemologias para romper com o saber único eurocêntrico”, declarou emocionada.
Mais do que estética, a obra também carrega matéria viva dos territórios: carvão e cinzas das queimadas que destruíram 40 mil hectares da Terra Indígena Anambé, além de pigmentos naturais como argilas de Caratateua, Cotijuba e Acará, e ainda materiais recolhidos da comunidade quilombola África (Mojú/PA). “Estamos utilizando pigmentos ancestrais como forma de alerta e resistência. Esse mural conta uma história sobre a crise climática, mas também sobre a força das nossas soluções”, explica o artivista Mundano, fundador do Megafone Artivismo.
A proposta é amplificar as vozes da Amazônia em direção à COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025), reafirmando que as respostas para os desafios ambientais globais passam pelo reconhecimento e valorização dos saberes tradicionais.
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*com informações da Ascom UFPA
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