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UFPA concede título de Professora Emérita à Zélia Amador de Deus, em cerimônia emocionante

  • Published: Monday, 16 March 2020 18:08
  • Last Updated: Monday, 16 March 2020 20:01

No dia 12 de março de 2020, a Universidade Federal do Pará realizou a cerimônia de outorga do título de Professora Emérita à professora Zélia Amador de Deus, docente do Instituto de Ciências da Arte. A honraria foi proposta pelo reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho, que compôs a mesa oficial junto ao vice-reitor Gilmar Mendes e à  professora Jane Felipe Beltrão. A cerimônia foi realizada no Centro de Eventos Benedito Nunes (CEBN) e contou com ampla participação da comunidade acadêmica e de convidados. 

A homenagem é concedida apenas a docentes cujas contribuições tenham sido relevantes para a Universidade, para a sociedade e para o desenvolvimento da pesquisa, do ensino, da extensão, dos serviços universitários e das políticas públicas.

Zélia Amador de Deus fez parte do coletivo de artistas que construiu o Núcleo de Artes, hoje, Instituto de Ciências da Arte (ICA), desenvolveu diversos projetos de pesquisa e de extensão; dirigiu o Centro de Letras e Artes (CLA), hoje Instituto de Letras e Comunicação (ILC); foi vice-reitora da UFPA. Atualmente é coordenadora da Assessoria da Diversidade e Inclusão Social da UFPA (ADIS) e atua em favor dos negros, mulheres, indígenas e quilombolas, bem como no combate às injustiças sociais e a qualquer tipo de preconceito.

A cerimônia foi repleta de homenagens, desde o hall de entrada do auditório onde várias pessoas se reuniam para cantar, tocar, dançar e falar, tudo em referência à Zélia. 

O evento foi marcado por várias homenagens através de coreografias, músicas e poemas feitos pela comunidade de indígenas, quilombolas, negras e negros e alunos da professora. O coral Ellegbara, regido pela professora Maria Lucia Uchôa da Escola de Música da UFPA abriu a cerimônia, em seguida foi vez de Shayra Mana Josy, rapper e poetisa subir ao palco com sua arte. Shayra destacou que Zélia foi figura importantíssima em seu crescimento pessoal e profissional como mulher negra. Após o fim das apresentações, iniciou-se um cortejo, protagonizado pela Professora e seus convidados, incluindo família, amigos e parceiros de trabalho e militância. A caminhada foi pensada como referência ao cortejo que ocorre no Auto do Círio, programa de extensão universitária criado em 1993 pela professor Zélia, que hoje compõe etapa importante de homenagens à padroeira dos paraenses na sexta-feira que antecede a festividade. O cortejo se encerrou com a subida ao palco e formação da mesa oficial composta pelo reitor Emmanuel Tourinho, pelo vice-reitor Gilmar Mendes e pelas professoras Jane Beltrão e Zélia Amador.

Foi vez então dos indígenas fazerem sua homenagem, seguido dos estudantes estrangeiros e quilombolas, negras e negros. A participação destes grupos foi espontânea, momentos que tornaram a cerimônia rica em diversidade e ancestralidade. Com o fim das homenagens, a cerimônia foi oficialmente aberta e se iniciou com o discurso da professora Jane Beltrão, que destacou a trajetória de amizade e de atuação de Zélia em diversos campos da sociedade. Em seguida, foi vez do vice-reitor Gilmar Mendes tomar a palavra e agradecer por ser a segunda pessoa negra a ocupar seu cargo, já que a primeira havia sido a própria professora Zélia Amador, e destacou que uma das características que mais admirava na docente era a persistência. 

Depois de tantas homenagens e emoções Zélia fez seu pronunciamento com maestria, toques de teatralidade e firmeza na voz. Contou a história de Ananse e falou sobre a importância de tecer teias do lugar onde se estiver e que cada um tenha seu despertar para conquistar espaços, frisou que seu caminho não foi construído sozinha e agradeceu a todos os presentes, destacando colegas de extrema importância em sua história. 

O reitor Emmanuel Tourinho finalizou a cerimônia concedendo o título à professora e fez questão se ressaltar a importância de Zélia para a universidade e em sua luta pelas políticas de ação afirmativa, celebrando a última medida da universidade em criar o processo seletivo MIGRE, que atenderá estrangeiros(as) em situação de vulnerabilidade socioeconômica, e será executado pela Assessoria de Diversidade e Inclusão Social (ADIS), órgão gerenciado pela professora atualmente. Foi então, com louvor, que a professora doutora Zélia Amador de Deus, tornou-se a primeira mulher negra a ganhar o título de Professora Emérita na Universidade Federal do Pará.

O evento como um todo foi reflexo da inclusão e do respeito pela diversidade existente dentro da maior universidade do norte do país. Em sua trajetória próspera conduziu e inspirou tantos, com doçura, firmeza, assertividade, humor e raiva necessários. Permeando os espaços, recolocando as peças em seus lugares de direito e transformando a academia, Zélia marcou a história e seus cursos, como semente e como jardineira.

 

Texto: ADIS - UFPA

Fotos: Divulgação

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